Nos Estudos Matriarcais modernos, o termo "matriarcado" não é entendido como implicando a organização das sociedades matriarcais como simplesmente a inversão da organização patriarcal da sociedade, mas como um sistema com suas próprias regras. A confusão em torno deste termo deve-se, em parte, ao uso incorreto do termo grego gynaikokratie, de J. J. Bachofen, ou "governo por mulheres" (1861), um termo que tem sido confundido com o termo "matriarcado". "Governo por mulheres" nunca existiu no sentido patriarcal de "governo", mas matriarcados existiram, em várias formas, ao longo de longos períodos da história humana.
Nem todos os estudiosos que promovem os Estudos Matriarcais modernos chamam essa forma de sociedade pelo mesmo nome; ela é chamada de sociedade "matrifocal", "matrística", "matricêntrica" ou "gilânica". No entanto, todos concordam com o mesmo conceito: uma forma de sociedade que não segue padrões patriarcais e demonstra um alto grau de equilíbrio.
No entanto, existem várias boas razões para usar o termo “matriarcado”, que já foi adotado por muitos estudiosos nesta área:
O termo “matriarcado” é bem conhecido pela discussão em andamento e agora é um termo popular.
Redefinições filosóficas e científicas referem-se principalmente a palavras conhecidas e as redefinem. Depois disso, os acadêmicos podem trabalhar com elas, mas não perdem o contato com a linguagem do povo. Nesse processo, a palavra frequentemente assume um significado novo, mais claro e mais amplo, mesmo na linguagem popular; isso também é influenciado pelas atividades de redefinição dos acadêmicos. Além disso, redefinir esse termo seria uma grande vantagem, especialmente porque, para as mulheres, resgatar esse termo significa resgatar o conhecimento sobre culturas que foram criadas por elas.
Nem sempre é útil criar novos termos científicos, pois eles são artificiais e não têm conexão com a linguagem popular. Outros são muito fracos. O resultado pode ser uma visão um tanto reduzida dessas sociedades – tanto por parte dos pesquisadores quanto dos críticos – uma visão que negligencia a intrincada rede de relacionamentos e as complexas redes sociais que caracterizam essas culturas.
Do ponto de vista linguístico, não há necessidade de seguir a noção atual, tendenciosa e masculina, do termo "matriarcado" como significando "dominação pelas mães/governo pelas mulheres". A única razão para entendê-lo dessa forma é que soa paralelo a "patriarcado". No entanto, a palavra grega arché tem um duplo significado: significa "princípio" e também "dominação/governo". Portanto, "matriarcado" pode ser traduzido com precisão como "as mães desde o princípio". No entanto, no que diz respeito à forma patriarcal de sociedade, a tradução de "dominação pelos pais/governo pelos homens" está correta.
Vários estudiosos utilizam o termo "matriarcado" em seu significado redefinido e esclarecido, por ser também de relevância política. Adotam-no intencionalmente, pois acreditam que os valores matriarcais demonstram como a vida pode ser organizada de forma a se basear nas necessidades, ser não violenta e pacífica, em suma: ser humana. Esse conteúdo político se perde com o uso dos outros termos, mas – ao adotar o termo redefinido "matriarcado" – ele conduz diretamente à Política Matriarcal.
Fonte: https://goettner-abendroth.de/en/matriarchy/the-term-matriarchy
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| Fonte: https://www.metmuseum.org/art/collection/search/258137 |
